A realidade das empresas muda a cada instante. Os métodos que utilizavam ontem já não são os mesmos que trarão resultados para amanhã. Novas tecnologias surgem e com elas, a necessidade constante de aprender e implementá-las dentro dos negócios para estar a frente do mercado e aproveitar oportunidades.
Entre elas, está o metaverso. O conceito é simples, porém profundo, trata-se de um espaço virtual compartilhado, criado a partir da convergência entre a realidade física e a realidade virtual e aumentada, tudo isso dentro da Internet. Simples porque as tecnologias de VR e AR já eram conhecidas e hoje estão avançadas. Profundo pelo motivo de que é o início de uma nova realidade de interação entre as pessoas, em que o contato físico, muito prejudicado pela pandemia, não existe mais, entretanto tudo parece muito real.
O termo “metaverso” foi cunhado pelo autor de ficção científica Neal Stephenson no seu romance de 1992 “Snow Crash”, e tem sido popularizado nos últimos anos. O espaço do metaverso possibilita interação entre as pessoas e delas com objetos e ambientes virtuais, ao mesmo tempo. As pessoas usam avatares ou representações digitais de si (digi-twins), e conectam-se com seu celular, tablet, computador ou Oculus.
Matthew Ball em seu livro The Metaverse: And How it Will Revolutionize Everything, escreve que o metaverso é “Uma rede massivamente escalável e interoperável de mundos virtuais 3D, renderizados em tempo real, que podem ser experimentados de forma síncrona e persistente por um número efetivamente ilimitado de usuários com uma sensação individual de presença e com continuidade de dados, como identidade, histórico, direitos, objetos, comunicações e pagamentos.”
Aplicações do metaverso para diferentes mercados
O conceito do metaverso tem sido sugerido como um possível desenvolvimento futuro na evolução da Internet e das tecnologias da realidade virtual. Alguns especialistas acreditam que ele tem o potencial de revolucionar a forma como interagimos uns com os outros e com o mundo à nossa volta, criando novos modelos de negócio, de comunicação e de produtos, e permitindo novas formas de expressão social e cultural.
As potenciais aplicações do metaverso são muitas, e podem incluir os campos do entretenimento, saúde, educação, negócios, turismo, construção civil e conexões sociais. Confira algumas finalidades do metaverso:
- Eventos e conferências virtuais: o ambiente virtual pode ser um espaço para eventos digitais, conferências, webinars, shows e feiras comerciais, permitindo a participação de milhares de pessoas e interação entre elas em tempo real, de todo o mundo.
- Turismo virtual: o metaverso pode também ser utilizado para criar experiências de viagens, permitindo às pessoas visitar e explorar versões virtuais de locais e pontos turísticos. É viajar para qualquer lugar do mundo sem sair de casa, mas sentir como se estivesse lá.
- Jogos virtuais e entretenimento: outra utilização é para criar experiências de jogos virtuais imersivos, eventos de esportes, shows, permitindo aos jogadores interagir uns com os outros e com ambientes virtuais em tempo real. Hoje em dia, essa é a aplicação ainda mais popular, principalmente entre a geração Z.
- Socialização virtual: o metaverso pode ser utilizado para criar espaços virtuais para socializar e conhecer novas pessoas, permitindo que as pessoas interajam umas com as outras usando avatares ou representações digitais de si próprias (digi-twins). Poderá ser uma rede social muito mais potente do que Instagram, TikTok, Tinder, Twitter, etc.
- Educação virtual: na pandemia, a necessidade de adaptar serviços básicos, como o da educação, para o ambiente digital foi intensa. Assim, o metaverso atua como grande aliado da educação à distância. A criação de salas de aula virtuais e ambientes imersivos de aprendizagem permite aos estudantes assistir às aulas e interagir com professores e outros estudantes de qualquer parte do mundo. Imagine, por exemplo, estudar biologia e no mesmo ambiente poder visualizar todos os tipos de plantas e animais em laboratório.
- Reuniões virtuais de negócios: uma das aplicações também bastante já usada é para aproximar as relações comerciais, e o metaverso então torna-se a tecnologia do futuro para fazer reuniões e conferências virtuais de negócios. Além disso, o ambiente virtual permite às pessoas colaborar e comunicar em tempo real a partir de diferentes locais, apenas com rede de Internet.
- Terapia virtual e cuidados de saúde: o metaverso ainda pode ser utilizado para realizar sessões de terapia virtual e outros serviços de saúde, permitindo aos pacientes receberem tratamento de qualquer parte do mundo. Telemedicina, consultas com pré-diagnóstico utilizando Digi-Twins e muito mais. O futuro das health techs são no metaverso. Além de ser possível a realização de treinamentos de procedimentos de saúde e estéticos para os alunos em ambiente controlado de simulação.
- Imóveis virtuais: o mercado da construção civil também será impactado. Dê adeus às maquetes e dê olá para os imóveis em metaverso. Com a tecnologia fica muito mais fácil e interativo do futuro morador ou investidor visualizar seu imóvel, ter noção espacial de cada cômodo, e ainda poder escolher como irá decorar o espaço. Conheça o case Formacco para saber mais sobre a aplicação do metaverso para construtoras.
- Planejamento de cidades inteligentes: ademais, o metaverso pode ser usado para criar e testar conceitos de planejamento e design de cidades virtuais, permitindo a arquitetos, urbanistas, engenheiros e empresários experimentar novas ideias e conceitos num ambiente virtual, antes de construir no mundo real.
- Cultura e artes virtuais (NFTs): por fim, uma das aplicações também bastante conhecida é a criação de ambientes virtuais como galerias de arte, exposições, feiras culturais. Os espaços permitem as pessoas explorarem, conhecerem artistas e até comprarem seus NFTs. Tudo isso faz parte da comunidade virtual do futuro.
Metaverso e NFTs: como estão conectados?
Os tokens não fungíveis (NFTs) são um tipo de ativo digital que representam a propriedade de um item ou peça única de conteúdo, tal como uma obra de arte digital, um colecionável, ou um ativo imobiliário virtual. Os NFTs são armazenados em blockchain e são únicas na medida em que não podem ser trocadas por outros bens em uma base de 1 para 1 como as moedas tradicionais.
O metaverso e os NFTs estão diretamente relacionados pelo motivo de que os tokens representam a propriedade dos usuários com seus bens virtuais, bem esses, que estão dentro do ambiente digital. Por exemplo, um NFT poderia corresponder à propriedade de um ativo imobiliário virtual dentro do metaverso, ou a propriedade de uma obra de arte digital que existe dentro do mundo virtual.
Portanto, os tokens não-fungíveis facilitam as transações e a propriedade de ativos virtuais dentro do metaverso, o que permite a criação de novos mercados e novas economias. Importante pontuar que o uso dos NFTs e metaverso ainda está em seus estágios iniciais de desenvolvimento, mas o potencial de avanço é significativo, e provavelmente em poucos anos, veremos um novo modelo de economia global e digital surgir, impulsionado também pela adesão crescente pelas criptomoedas.
Como empresas ao redor do mundo podem usar NFTs em seus negócios
Há muitas maneiras pelas quais as empresas em todo o mundo podem usar tokens não-fungíveis como parte de seus negócios. Algumas formas potenciais que as empresas podem utilizar as NFTs incluem:
- Criar e vender arte digital e colecionáveis: as empresas podem criar e vender obras de arte digital e colecionáveis exclusivas como NFTs. Isto poderia incluir obras de arte digital, bens imobiliários virtuais, colecionáveis digitais e outros tipos de conteúdo digital único. Alguns dos exemplos mais recentes foram os tênis virtuais da Gucci, desfiles de moda com Dolce Gabbana e Tommy Hilfiger e os rótulos colecionáveis de vinhos da Mondavi.
- Facilitar experiências e eventos virtuais: empresas também podem usar NFTs para facilitar experiências como concertos virtuais, eventos esportivos e outros espetáculos ao vivo. Os NFTs podem ser usadas para representar ingressos ou outras formas de acesso a esses eventos, ou podem ser usadas como uma forma de vender experiências virtuais exclusivas ou mercadorias, como foi o caso da venda de ingressos para o SuperBowl.
- Possibilitar novas formas de publicidade e marketing: as empresas podem usar os NFTs para criar campanhas de publicidade e marketing imersivas e interativas com os usuários, usando os tokens para representar itens únicos e colecionáveis que só estão disponíveis através da campanha. Foi o que o festival de música e arte Coachella fez, ao presentear todos os participantes com uma imagem digital NFT de uma flor que desabrochou nas duas sextas-feiras do festival. A campanha foi um sucesso de marketing experiencial e de engajamento logo após a pandemia.
- Proporcionar novas formas de licenciamento e distribuição de conteúdo: empresas podem utilizar NFTs para facilitar o licenciamento e distribuição de conteúdo digital, tais como música, vídeo e outros tipos de mídia. Os NFTs podem ser usados para representar a propriedade do conteúdo e para facilitar a venda e distribuição do conteúdo aos usuários. A banda britânica Muse lançou seu último álbum 100% em NFT e a gravadora Sony Music registrou marca para autenticar gravações de vídeo, texto, arte, áudio com música ao vivo por NFTs.
Além do metaverso e NFTs: outras tendências de tecnologia para empresas ficarem atentas
Há uma série de tendências de mercado que provavelmente irão emergir nos próximos anos, confira algumas delas a seguir:
- Maior adoção da inteligência artificial e aprendizagem de máquinas: é bastante provável um crescimento contínuo no uso da IA e machine learning em uma variedade de indústrias, incluindo saúde, finanças, indústrias e serviços gerais.
- Crescimento da GIG economy: novas formas de trabalho e relações trabalhistas virão. O uso de trabalhadores temporários ou contratados para completar tarefas ou projetos específicos pelas empresas continuará a crescer nos próximos anos, muito além do fenômeno “uberização do trabalho”.
- Aumento da adoção de energia renovável: é também muito provável que haja um crescimento contínuo na adoção de fontes renováveis de energia, tais como energia solar e eólica, já que as preocupações com a mudança climática e a necessidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis continuam a aumentar.
- Expansão do mercado de e-commerce: o mercado de comércio eletrônico tende a crescer nos próximos anos, à medida que mais e mais consumidores passam a fazer compras online. Somado a isso, investimentos em experiências mais reais, imersivas e que focam na jornada de compra do usuário tendem a expandir.
- Crescimento no uso do blockchain e de criptomoedas: veremos um avanço acelerado no uso da tecnologia de blockchain e de moedas digitais em uma variedade de indústrias, incluindo finanças, saúde, indústrias, supply chain, etc.
- Maior foco na sustentabilidade e responsabilidade social: é provável que as empresas continuem a se concentrar na sustentabilidade e responsabilidade social nos próximos anos, implementando práticas de ESG, já que os consumidores exigem cada vez mais produtos e serviços que sejam ambiental e socialmente responsáveis, principalmente, as novas gerações.